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Ontem, numa ida ao Forum, encontrei uma amiga que já há muito não via. Foi minha companheira de quarto quando nasceu o Tiago, há quase 16 anos, e houve entre nós uma empatia que para além de falarmos bastante chegámos mesmo a frequentar ambas as casas.
Ela teve mais uma menina, eu os dois mais novos e a vida fez com que começassemos a falar cada vez menos. Desenganem-se, quem tem filhos pequeninos, que quando forem maiores os miúdos dão menos trabalho. Pelo contrário, é a escola, o apoio em casa, as atividades extra, enfim, o trabalho é sempre a aumentar.
Tudo isto para justificar que fomos falando cada vez menos, aliás, ontem chegámos à conclusão que já não nos falávamos há mais de três anos.
Ontem encontrámo-nos e eu gelei. Está com cancro há um ano. Um cancro mau, muito mau. Abraçamo-nos, chorámos, conversamos e foi difícil ouvir dela a história deste último ano. "- Sabes, não tenho medo de morrer, tenho medo de sofrer."
Eu dei-lhe força mas hoje estou de rastos. Como é possível? A A. sempre tão cuidadosa, não bebia, não fumava, sempre saudável e sem sentir nada, repito NADA, numa simples consulta de rotina mudou tudo. Rezo por ela, pelo espetacular marido que tem, pelos dois filhos e pela saúde dela.
A vida é do caraças.
Com a roupa prontinha a ser arrumada nas respetivas gavetas. Era bom se me chegasse a vontade de a arrumar. Pois era!
Quanto melhor somos menos agradecem. Não faz mal... a vida continua.
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