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Ontem, numa ida ao Forum, encontrei uma amiga que já há muito não via. Foi minha companheira de quarto quando nasceu o Tiago, há quase 16 anos, e houve entre nós uma empatia que para além de falarmos bastante chegámos mesmo a frequentar ambas as casas.
Ela teve mais uma menina, eu os dois mais novos e a vida fez com que começassemos a falar cada vez menos. Desenganem-se, quem tem filhos pequeninos, que quando forem maiores os miúdos dão menos trabalho. Pelo contrário, é a escola, o apoio em casa, as atividades extra, enfim, o trabalho é sempre a aumentar.
Tudo isto para justificar que fomos falando cada vez menos, aliás, ontem chegámos à conclusão que já não nos falávamos há mais de três anos.
Ontem encontrámo-nos e eu gelei. Está com cancro há um ano. Um cancro mau, muito mau. Abraçamo-nos, chorámos, conversamos e foi difícil ouvir dela a história deste último ano. "- Sabes, não tenho medo de morrer, tenho medo de sofrer."
Eu dei-lhe força mas hoje estou de rastos. Como é possível? A A. sempre tão cuidadosa, não bebia, não fumava, sempre saudável e sem sentir nada, repito NADA, numa simples consulta de rotina mudou tudo. Rezo por ela, pelo espetacular marido que tem, pelos dois filhos e pela saúde dela.
A vida é do caraças.
E já passaram cinco anos!
Parabéns Lina, há cinco anos que já és mãe! Um dia muito feliz para todos!
Adoro-vos!
Não sou daquelas pessoas que têm montes de amigas, até porque para mim, para eu considerar amiga tem de ser alguém muito especial. Sou muito selectiva e ao longo da minha vida tenho aprendido com isso.
No entanto, as poucas que tenho sei que são verdadeiras e hoje anuncio aqui, embora já o soubesse há uns dias, que vou ser "tia" outra vez. Parabéns miúda! Estou tão, tão, tão contente que tive de escrever aqui! Beijinhos!
Há 12 anos atrás conheci uma pessoa muito especial. Eu Educadora e ela a Mãe de um menino meu. Houve uma empatia grande entre nós e muitas vezes colaborou em actividades que propunha aos Pais.
Fui Educadora do M. durante 4 anos. Ela era uma mãe muito presente e dedicada aos filhos. Não trabalhava e de vez em quando "desaparecia" por uns tempos. Nesses tempos era o avô quem ia buscar o M.
Fiquei grávida da Sara no último ano em que tive o M. Quando ela nasceu vieram cá a casa visitar-nos. Foi nessa altura que ela me contou o seu problema. Tinha leucemia. Descobriu quando o M. tinha apenas 3 anos e por opção escondeu de todos nós (equipa de trabalho). Fez transplante de medula e na altura em que me contou tudo estava a correr bem.
Falávamos várias vezes ao telefone e lembro-me que a primeira coisa que dizia era como estava. Tinha a sensação que não gostava que lhe perguntassem como estava. Os nossos filhos mais velhos tinham a mesma idade. O Tiago ia muita vez para casa do M. e o M. vinha muita vez cá para casa.
Foi a primeira pessoa a saber quando engravidei do Miguel. Deu-me muita coragem para seguir em frente. Esteve sempre ali! Depois houve altos e baixos na doença, mas ela aguentou-se sempre. Veio visitar o Miguel quando nasceu e falámos por várias vezes ao telefone.
A última vez que falei com ela estava bem. A doença estava controlada e ela estava feliz! Um mês depois faleceu. O M. tinha apenas 9 anos. Falei com o marido e respeitei a vontade dela. Não quis ninguém no funeral. Desde aí deixei de ver aquela família. Nunca mais tive coragem para ligar pois o número que tinha era do telemóvel dela e do de casa.
Hoje, 4 anos depois da sua morte, encontrei o marido. E fiquei sem palavras. E lembrei-me dela. E não conseguimos dizer nada. Um simples sorriso disse tudo. Seria tão bom se ela ali estivesse...
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