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12 anos se passaram. Entraste escola dentro e deste a notícia do que se estava a passar. Não haverá mais 11 de Setembro sem que me lembre ti.
"Conheci" a Sílvia pela net e não sei porquê houve grande empatia entre nós. Diáriamente comentava no seu blog. A Sílvia tinha leucemia e ontem partiu. Na semana passada cheguei a ligar para o IPO do Porto pois ela não dava notícias pelo blog. E estava mal, muito mal. Mandei-lhe um beijinho pela Enfermeira e a Sílvia confirmou que o tinha recebido. É estranho. Eu não a conheci pessoalmente mas a notícia deixou-me de rastos... Ela lutou tanto. Mas não conseguiu. Sei que estava a escrever um livro e eu imaginava-me a ir ao lançamento. Agora acabou tudo. Fica um pai sózinho com duas crianças pequeninas sem a mãe e eu não consigo deixar de pensar nelas. A Sílvia terminava os posts sempre com a frase "Amanhã é outro dia" mas para ela já não é. Descansa em paz Sílvia, bem mereces!
Tu és mais forte e sei que no fim vais vencer!
Tudo vai correr bem tu vais ver!
Ninguém merece. Com apenas 7 anos e tanto sofrimento. Descansa em paz Carmenzita.
Há 12 anos atrás conheci uma pessoa muito especial. Eu Educadora e ela a Mãe de um menino meu. Houve uma empatia grande entre nós e muitas vezes colaborou em actividades que propunha aos Pais.
Fui Educadora do M. durante 4 anos. Ela era uma mãe muito presente e dedicada aos filhos. Não trabalhava e de vez em quando "desaparecia" por uns tempos. Nesses tempos era o avô quem ia buscar o M.
Fiquei grávida da Sara no último ano em que tive o M. Quando ela nasceu vieram cá a casa visitar-nos. Foi nessa altura que ela me contou o seu problema. Tinha leucemia. Descobriu quando o M. tinha apenas 3 anos e por opção escondeu de todos nós (equipa de trabalho). Fez transplante de medula e na altura em que me contou tudo estava a correr bem.
Falávamos várias vezes ao telefone e lembro-me que a primeira coisa que dizia era como estava. Tinha a sensação que não gostava que lhe perguntassem como estava. Os nossos filhos mais velhos tinham a mesma idade. O Tiago ia muita vez para casa do M. e o M. vinha muita vez cá para casa.
Foi a primeira pessoa a saber quando engravidei do Miguel. Deu-me muita coragem para seguir em frente. Esteve sempre ali! Depois houve altos e baixos na doença, mas ela aguentou-se sempre. Veio visitar o Miguel quando nasceu e falámos por várias vezes ao telefone.
A última vez que falei com ela estava bem. A doença estava controlada e ela estava feliz! Um mês depois faleceu. O M. tinha apenas 9 anos. Falei com o marido e respeitei a vontade dela. Não quis ninguém no funeral. Desde aí deixei de ver aquela família. Nunca mais tive coragem para ligar pois o número que tinha era do telemóvel dela e do de casa.
Hoje, 4 anos depois da sua morte, encontrei o marido. E fiquei sem palavras. E lembrei-me dela. E não conseguimos dizer nada. Um simples sorriso disse tudo. Seria tão bom se ela ali estivesse...
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